Me olho no espelho e posso ver, carrego marcas em mim. Não marcas de expressão, dessas que as mulheres temem e que denotam experiência e o amadurecimento que a vida encarrega de trazer e expor na face de cada uma ao decorrer dos anos. Deveras, no auge dos meus 22 anos, minha pele carregada de todo colágeno que meu organismo é capaz de produzir, seria cômico ter algo assim.
Mas não, não são essas marcas que levo. Minhas marcas vão além de uma linha tênue no rosto.
Minhas feridas são profundas, ultrapassam a epiderme. Me tocam a alma, machucam o peito e sangram o coração maltratado a cada batida em busca da sobrevivência. Sangram como uma hemorragia interna que ninguém vê mas que meu corpo sente a dor intensa que lhe causa.
E ainda assim vivo, revivo, sobrevivo. Levando a cada novo dia uma nova marca da vida, que me faz se como sou, orgulhosa do meu ser e de cada experiência que me proporciona nos instantes vividos.
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